domingo, 7 de agosto de 2011

JSD aplaude urgência da reorganização da Política de juventude, mas discorda de fusão com o IDP

É verdade que a gestão ruinosa dos últimos seis anos quer no Instituto Português da Juventude quer do Instituto do Desporto de Portugal ou ainda na Cooperativa Movijovem ou na Fundação para a Divulgação das Tecnologias de Informação colocou em causa a sustentabilidade daqueles organismos. Aliás, esta é uma circunstância transversal a um vasto conjunto de organismos na dependência do Estado que – face a uma desastrosa e esbanjadora gestão – estão agora com a sua existência em causa.

Acresce que, no caso em apreço (do IPJ e IDP), a falta de rigor e competência na sua gestão impediu o desenvolvimento eficaz das políticas de juventude e do desporto, colocou em causa o funcionamento de centenas de associações juvenis e, sobretudo, feriu a credibilidade de instituições que durante anos serviram, e bem, os jovens portugueses.

É, em consequência do que se vem a dizer e pela importância que o IPJ se reveste para a juventude Portuguesa que a JSD aplaude a optimização de serviços desenvolvida pelo actual Governo no sentido de cortar custos de estrutura desnecessária. E isto é tão mais urgente quando se sabe que o IPJ gasta mais de metade do seu orçamento com custos organizacionais e de estrutura ao invés de canalizar investimento para programas e projectos que beneficiem directamente a juventude portuguesa.

Atente-se no exemplo paradigmático da Movijovem: tem hoje um passivo estimado em cerca de 18 milhões de euros quando há seis anos dava lucro e se encontrava ao efectivo serviço dos jovens.

Está, por isso, a JSD em sintonia com o Governo no objectivo da transversalidade das políticas de juventude, alargadas às áreas do emprego, da saúde, da economia ou da habitação.

Todavia num momento em que as novas gerações têm o seu futuro comprometido, após seis anos de desgoverno que esqueceu a juventude e espalhou o caos no sector do associativismo; num momento em que é imperioso apostar na criação de políticas públicas inovadoras e que possam criar mais oportunidades para as novas gerações, a JSD deseja que este sinal político, que é dado com a fusão do Instituto do Desporto de Portugal com o Instituto Português da Juventude, não signifique uma menorização das políticas de juventude.

A JSD bem sabe que com este Governo a Juventude nunca será um parente pobre. Mas, e ainda assim, de forma preventiva não faz como outros em tempos de Governação socialista: não se esconde atrás de qualquer capa em prejuízo dos jovens. Nós damos sempre a cara pelos jovens, seja qual for o partido do Governo.

Neste sentido a JSD considera que mais importante do que a estrutura da juventude, é a eficácia das medidas que abrangem os jovens. Estamos certos que a mudança que Pedro Passos Coelho lidera no País, a qual considera o Estado como um parceiro da sociedade também se fará notar nas políticas de juventude, onde as Associações Juvenis e as Associações de Estudantes terão um papel determinante na construção das respostas que terão a dar às novas geraçõesnos complexos desafios que enfrentam, estabelecendo um clima de confiança entre os jovens e o Estado promovendo uma maior eficácia na solução dos problemas transversais da Juventude.

A JSD considera que é necessário alterar o paradigma das políticas de juventude, criar incentivos ao empreendedorismo jovem, à emancipação das novas gerações, às políticas de incentivo à vida saudável e à educação para a saúde; é imperioso apostar num novo paradigma de educação. Em tudo isto está a JSD de acordo com o Governo.

No entanto, no que diz respeito à organização da tutela, a JSD aplaudindo a fusão da FDTI, IPJ e Movijovem, não é favorável à fusão com o Instituto do Desportoe exige que a opção tomada não se venha a verificar numa subalternização da juventude face ao desporto e, sobretudo, não se venha a traduzir na redução de investimento nas políticas de juventude, mas sim nos custos de estrutura deste novo instituto.

Optimizar recursos, será dotar de eficácia as respostas a dar aos problemas dos jovens, e falido que está o modelo onde o Estado tudo procura garantir, é tempo de considerar o trabalho das organizações de juventude no novo paradigma de apoio aos jovens. A subalternização não se verificará, se o apoio não apenas financeiro se mantiver, mas se for reforçada a confiança depositar nos jovens, para que sejam eles próprios a construir hoje o seu futuro, a construir hoje o futuro de Portugal.