sábado, 9 de agosto de 2008

Disparates delirantes

Na edição d’ O Ribatejo da semana passada o Presidente da Concelhia do PS desferiu um violento ataque contra o meu executivo embora o metatexto, se dirigisse a mim. Apenas me surpreendeu por vir fora de tempo mas o ataque é, nos seus propósitos e foguetório, o próprio presidente concelhio do PS. Um anacronismo. A luxúria do palavreado sem sentido. A demagogia populista, ideologicamente vazia de quem faz da política, e da politiquice, o único desvairado caminho pela vida. Nem que para isso tenha que falsear a verdade, renegar valores, tomar por amigos os inimigos de ontem e, quando chegar a hora, trocar uns pelos outros conforme os propósitos pessoais. Para esta gente, na política vale tudo.
Em 2005 durante a minha pré-campanha, um amigo comum organizou um jantar comigo e com o Dr. Noras. Era um Noras ressabiado, esfomeado de vingança, que comia a saborosa canja que nos foi oferecida. Na altura aconselhava-me e esclarecia-me sobre a dívida da Câmara de Santarém. As apostas variavam entre os 8 e os 12 milhões de contos. Nessa noite o Dr. Noras apostou nos 12 a 14 milhões. Era o cálculo mais excessivo mas deve ter sido a primeira vez que os excessos do actual presidente do PS de Santarém foram uma cautela, um apontamento de prudência.
Deu-se a derrota do seu então inimigo de estimação. Rui Barreiro perdeu as eleições. O homem que quatro anos declarara falida a câmara que recebera do Dr. Noras. O erro grave de Rui Barreiro não foi tanto a produção desta declaração. Foi o facto de não lhe dar consequências. Ficou-se pelos relógios, pelas medalhas, pelas delirantes viagens ao Brasil, pelo regabofe do antecessor mentalmente desequilibrado com o uso do poder. As solidariedades partidárias não o deixaram ir mais longe. De dizer que a divida escondida vinha, na sua maioria, imaginem!, do leviano mandato do actual presidente da concelhia do PS.
Pagamos todas as dívidas desde 1999 até 2006 procedendo a uma contabilidade transparente.
Devemos o que está à vista e não existe o malfadado saco roto que Rui Barreiro recebeu do seu camarada.
Mas contas não são o forte do presidente da concelhia do PS. É mais dado à converseta. Não admira que venha gritar contra os sete milhões de Euros com que a CULT queria levar os activos de Santarém. Nem vale a pena recordar que só para ingressar nas Águas de Santarém o parceiro privado vai ter que pagar 15 Milhões. Para além dos fundos a que nos estamos a candidatar. Para além dos milhões que o privado está vinculado a investir. São contas simples aprendem-se na primária. O presidente da concelhia do PS não as soube fazer. Ou não quis. Delapidar o património de Santarém foi coisa que nunca lhe tirou o sono. Prefere o discurso desnorteado. Não vê as obras, não vê a cidade a transfigurar-se, não vê o investimento a chegar, não vê Santarém a despertar. É natural. Anda sempre com os olhos no chão. Tem razões para isso.
Francisco Moita Flores

Presidente da Câmara Municipal de Santarém
O Ribatejo